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Ode a uma Nação!

As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico, e nesse instante, no céu da pátria, brilhou o sol da liberdade em raios fúlgidos. E se conseguimos com braço forte conquistar o penhor dessa igualdade, em teu seio, ó liberdade, a própria morte desafia o nosso peito.
Brasil, um sonho intenso, se a imagem do cruzeiro resplandece em teu céu formoso, risonho e límpido, desce à terra um raio vívido de amor e de esperança.
 És belo, és forte, gigante pela própria natureza, impávido colosso e o teu futuro espelha essa grandeza.
Ó Brasil, florão da América, fulguras deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar, à luz do céu profundo e iluminado ao sol do Novo Mundo.
Teus campos risonhos e lindos têm mais flores do que a terra mais garrida. Nossos bosques têm mais vida. Nossa vida, no teu seio, mais amores.
Brasil, que o lábaro que ostentas estrelado seja símbolo de amor eterno e que o verde-louro dessa flâmula diga glória no passado e paz no futuro. Mas se ergues a clava forte da justiça, verás que um filho teu. Quem te adora não foge à luta nem teme a própria morte.

O Fantástico Jogo das Identidades

Você já se deu conta do seu papel no jogo das identidades a que é submetido?
O mais impressionante é sabermos que muitos estão imersos em um fantástico jogo e não percebe que há uma teia que nos envolve e manipula.
Para compreendermos melhor esse jogo, há um texto de Stuart Hall que exemplifica e descortina a engrenagem, desse tão comum jogo de identidade. Ele escreveu:
“Em 1991, o então presidente americano, Bush, ansioso por restaurar uma maioria conservadora na Suprema Corte americana, encaminhou a indicação de Clarense Thomas, um juiz negro de visões políticas conservadoras. No julgamento de Bush, os eleitores brancos (que podiam ter preconceitos em relação a um juiz negro) provavelmente apoiaram Thomas porque ele era conservador em termos da legislação de igualdade de direitos, e os eleitores negros (que apóiam políticas liberais em questões de raça) apoiariam Thomas porque ele era negro. Em síntese, o presidente estava ‘jogando o jogo das identidades’.
Durante as ‘audiências’ em torno da indicação, no Senado, o juiz Thomas foi acusado de assédio sexual por uma mulher negra, Anita Hill, uma ex-colega de Thomas. As audiências causaram um escândalo público e polarizaram a sociedade americana. Alguns negros apoiaram Thomas, baseados na questão da raça; outros se opuseram a ele, tomando como base a questão sexual. As mulheres negras estavam divididas, dependendo de qual identidade prevalecia; sua identidade como negra ou sua identidade como mulher. Os homens negros também estavam divididos, dependendo de qual fator prevalecia: seu sexismo ou seu liberalismo. Os homens brancos estavam divididos, dependendo, não apenas de sua política, mas de forma como eles se identificavam com respeito ao racismo e ao sexismo. As mulheres conservadoras brancas apoiavam Thomas, não apenas com base em sua inclinação política, mas também por causa de sua oposição ao feminismo. As feministas brancas, que frequentemente tinham posições mais progressistas na questão da raça, se opunham a Thomas tendo como base a questão sexual. E, uma vez que o juiz Thomas era um membro da elite judiciária e Anita Hill, na época do alegado incidente, uma funcionária subalterna, estavam em jogo, nesses argumentos, também questões de classe social.”
Esse episódio ilustra muito bem o jogo das identidades e suas conseqüências políticas.
Ao julgar esse caso quem você apoiaria? Que identidade motivaria você a se posicionar a favor de um ou outro envolvido?
Situações semelhantes ocorrem cotidianamente em nossa sociedade, e são inúmeras as ocasiões em que julgamos alguém, agregando valores a pessoas e fatos a partir das nossas verdades e papéis sociais. Acredito que o maior desafio consiste em superar nossos desejos e ambição e agirmos pautados no princípio da justiça social visando a equidade.
Desafio você a identificar qual tem sido o seu papel nesse "jogo".

Referência:
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10ª ed. Rio de Janeiro. DP&A, 2001.