O saudosismo é um estado natural quando adultos de certas gerações se deparam com fatos, objetos, brinquedos e brincadeiras que proporcionam lembranças de coisas do tempo da infância e juventude.
Certamente, muitos que são oriundos de décadas anteriores aos anos 90 lembram que eram comuns atividades grupais, brincadeiras de rua, bem diferente da infância vivida atualmente, as crianças confinadas em apartamentos, cercados por muros sitiados pela violência, ou pelo menos, pelo medo dela.
As noticias diárias têm revelado que a violência está cada vez mais, burlando a segurança das residências, pulando os muros e vitimado um numero crescente de pessoas e tem modificado as relações, inclusive entre familiares, colegas de turma e até amigos. Lamentavelmente, observa-se o desrespeito ao próximo por meio de atos de xingamentos, apelidos, empurra-empurra, brigas que desconsidera a amizade que em algum momento foi construída.
Não posso deixar de mencionar que no meu tempo de infância também ocorriam xingamentos, apelidos, empurra-empurra e brigas, mas também havia a enigmática técnica de conciliação após as arengas. Quando nos desentendíamos com os pares, era inevitável a arenga e rolava a intriga, o bate-boca (a famosa “esculhambação”) e saía ate “tapas”, principalmente quando a mãe de alguém era citada na discussão. Mas o curioso da cultura da arenga, do esculhambar, do chamar para a briga era que após a confusão e desavenças declaradas, normalmente apareciam as oportunidades para os intrigados se falarem, mesmo que durasse algum tempo o sentimento de raiva perdia o sentido e era esquecido.
Hoje, lamentavelmente, convivemos com uma geração de crianças e adolescentes que diante das desavenças até esquecem o motivo, mas não esquecem o sentimento de raiva que é alimentado de forma assustadora e rapidamente se transforma em rancor, ódio, o combustível que gera violência nomeada de Bullying.
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