Em ano eleitoral
afloram-se as identidades pessoais frente a ebulição político-partidária. Esse período
de mobilização pessoal ou coletiva nos revela facetas surpreendentes daqueles
com os quais convivemos.
Gosto de observar o
comportamento humano nesse período, e percebo que convivemos durante anos com
colegas, amigos, alunos, professores e até vizinhos e não os conhecemos o
suficiente até que chegue o ano eleitoral, e principalmente, as eleições
municipais quando as ações afetam as relações, afinal, a luta pelo voto para
prefeito e vereador influencia diretamente o nosso comportamento.
As relações e
mobilizações, muitas já esperadas, são sempre surpreendentes. Temos como
exemplo o período eleitoral desse ano, onde inimigos partidários se revelam
amigos políticos, acredito que essas pessoas vivem intensamente a “Filosofia
Seixiana”, “prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha
opinião formada sobre tudo”, principalmente, se a opinião for tão somente e
unicamente em benefício próprio.
Mas fico profundamente
estarrecida é com a mobilização da considerada intelectualidade da sociedade,
ao manifestarem opiniões e ações atreladas a manipulações, discursos falsamente
progressistas na busca de apoios políticos.
O que de fato revela
nossa mobilização partidária, especialmente, de nós educadores?
Sabemos que o voto é
uma expressão de cidadania e reflexo de um “Estado Democrático”, ou mascara a
falácia da pseudodemocracia, pois a cidadania implica em busca da igualdade
social, e decorre de práticas coletivas e solidárias onde os indivíduos
críticos assumem a política da coletividade e da inclusão.
Hoje comumente nos
depararmos com algumas pessoas, inclusive professores, entendendo-os como
intelectuais críticos e conscientes, apoiando determinados grupos políticos com
histórico elitista, e mais ainda, declarando o voto em benefício próprio. Esse
sim é o pior tipo de voto ao revelar a ação em função de privilégios
individuais, a busca pelo benefício próprio; mas e a coletividade? Nós sabemos
a resposta.
O pior voto não é
aquele dado por amizade, ou pela falta de opção, ou motivado por terceiros, ou
ainda por ignorância, não! O pior voto é aquele que, conscientemente é motivado
por privilégios em benefício próprio totalmente pautado pelo individualismo, na
certeza de que esses sujeitos serão lembrados pelos políticos quando estiverem no
exercício do poder.
Diante dessa conjuntura
político-partidária de nosso município ratifico mais uma vez que não vendo e
não dou meu voto por privilégios, afinal, eu voto pelo plano de trabalho, pelo
histórico político e partidário dos candidatos, eu voto em quem em algum
momento da vida demonstrou sensibilidade com a causa do povo já tão sofrido,
quem se preocupa e respeita o ser humano.
Respeito e tenho
compromisso com a coletividade e o exercício da cidadania. Eu voto na inclusão
social e na dignidade.
Por isso, me preocupo
com a ação de nós professores nesse momento político, porque nós ensinamos o
que somos e junto vai o que sabemos. Afinal, o que você tem ensinado a
população palmarina?
Sem comentários:
Enviar um comentário