O rapper e ativisita cultural Preto Will, do grupo Versão Popular e membro da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia) foi vítima de uma agressão física no final da tarde no metrô Campo Limpo – SP.
Quando recebemos a notícia que o rapper Preto Will, do grupo Versão Popular, e poeta da Cooperifa, sofreu uma agressão – sem sentido tal qual toda intolerância -, no metrô Campo Limpo na Zona sul paulista, muitas agressões diárias, seja ela física ou simbólica, devem ser lembradas e instigar em nós o sentimento de indignação e revolta.
Em 1° de dezembro de 1955, Rosa Sparks resolveu não ceder o seu lugar em um ônibus para um branco. São 56 anos do fato e é triste constatar que coisas semelhantes ainda acontecem. Obviamente em outro contexto, outra realidade, antes que muitos achem absurda a comparação e vejam nestas diferenças que temos de época motivos para se calarem.
Preto Will foi agredido no metrô Campo Limpo pelos seguranças, que o estavam encarando. Ele foi agarrado pelo colarinho e pelas costas com uma gravata e levado para fora da estação. O segurança ainda disse que se ele quisesse que pegasse o ônibus, pois de metrô ele não iria. Ele passou pelo hospital e está bem. Após ter passado dez dias ininterruptos promovendo a cultura, a arte da periferia com a realização da 4° Mostra Cooperifa, isso acontece.
Um caso entre muitos que acontecem cotidianamente e ficam apagados e passam despercebidos por muitos motivos. Preto Will é nosso amigo, militante da cultura negra, da cultura periférica, e canta a favor desta periferia e suas famílias. Pelo James Bantu que também foi humilhado em uma agência no Banco do Brasil ainda este ano. Por muitos os casos. Segue a pergunta: até quando a cor da pele pagará o preço pelo seu valor?
Que estes seguranças passem por constrangimentos públicos e paguem o que a justiça lhes preparar. E que atitudes de racismo sejam denunciadas nas ruas, nas redes sociais, em todo e qualquer lugar, pois este mau se fortalece quando nos calamos e cruzamos os braços, fingindo não ser comigo ou com você. Racismo é doença e precisa ser combatido.
Neste momento, ele está no Hospital do Campo Limpo fazendo o exame de corpo de delito. Há algumas escoriações pelo corpo do músico.
Assim que for liberado, ele deve retornar a 37ª Delegacia de Polícia no Campo Limpo, onde deverá prestar mais depoimentos.
Ativistas culturais de todo país estão mobilizados para exigir retratação diante do caso. Uma mobilização, pelo twitter, já começou, com a disseminação da hashtag #RacismonoMetrôCampoLimpo.
Fonte: http://www.rapnacional.com.br
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